quinta-feira, janeiro 12, 2012

Um ano após tragédia, cenário no Vale do Cuiabá continua o mesmo

Um ano após a tragédia que devastou a região do Vale do Cuiabá e deixou um saldo de 73 mortos e pelo menos 18 desaparecidos, o que se vê ao percorrer a área ainda é um quadro desolador. Antes terra nobre do distrito de Itaipava, o vale ainda sofre com os efeitos da tragédia. É verdade que os entulhos que obstruíam a Estrada Ministro Salgado Filho foram removidos, mas ao longo do caminho, casas abandonadas – algumas delas ainda cheias de terra –, enormes aterros, pontes quebradas e rios assoreados mostram que a área está muito longe da tão sonhada recuperação. Obra, mesmo, pelo menos por enquanto, só nas fazendas e demais propriedades particulares.

Somente em recursos federais, repassados ao município para ações emergenciais, foram investidos R$ 7 milhões. O Instituto Estadual do Ambiente também fez dragagens e informou que estão previstos investimentos de mais R$ 30,4 milhões em recursos federais para novas dragagens, proteção de talude e criação de parques fluviais nos rios Santo Antônio, Carvão e Cuiabá (módulos urbanos e recomposição vegetal) e reflorestamento. Ainda segundo o Inea, no ano passado serviços de dragagem foram executados em 2,260 quilômetros do Rio Cuiabá, de onde foram retirados 20,340 mil metros cúbicos de sedimentos. As dragagens também foram realizadas em 3,5 quilômetros do Rio Santo Antônio, onde foram recolhidos 15,750 mil metros cúbicos de sedimentos, e em 615 metros do Rio Carvão, que teve 5,535 mil metros cúbicos de sedimentos removidos.
“Até agora só a limpeza da rua foi feita. Eles dizem que fizeram dragagem do rio, mas o que vimos foi que a areia foi retirada de dentro e acumulada nas margens. Com a chuva, ela está voltando para dentro do rio de novo. Estamos nos sentindo abandonados aqui. O Vale do Cuiabá está virando uma localidade fantasma. Dizem que estão investindo milhões aqui, mas só fizeram limpeza até agora. Nem mesmo a situação das famílias que querem voltar é resolvida”, critica o morador Fábio Leite.
O Inea informou que estudos técnicos para a delimitação de alto risco de inundação em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis foram realizados no primeiro semestre do ano passado e apontaram que cerca de 1,6 mil famílias deverão ser indenizadas por ter moradias dentro destas áreas. O cadastramento dos moradores e a negociação com as famílias está a cargo do Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP-Rio) da Secretaria Estadual da Casa Civil, para inscrição em projetos habitacionais do estado, compra assistida ou indenização. Em Petrópolis, até o final de dezembro de 2011, apenas dois processos haviam sido pagos e outros seis estavam aprovados, num total de indenizações de cerca de R$ 485 mil.
Font: Tribuna de Petrópolis

Nenhum comentário: