sexta-feira, setembro 09, 2011

Município admite risco na ponte de Corrêas, mas diz que obra é do Estado

Apesar do risco iminente de vida a que dezenas de moradores de comunidades de Corrêas estão expostos diariamente ao passar pela ponte de pedestres que liga a Estrada União e Indústria à Estrada Mineira, na altura do Posto 2, o estado ainda não tem um prazo definido para a realização das intervenções. Indagada ontem pela Tribuna, a Secretaria de Estado de Obras informou, por meio da assessoria do Imprensa, que apesar dos recursos já estarem disponíveis, as intervenções dependem de estudos e da elaboração de projetos.
Construída há mais de 10 anos, a ponte é o principal acesso de pedestres usado por centenas de moradores da Estrada Mineira, Bairro da Glória e Loteamento do Samambaia. A estrutura foi comprometida durante uma enchente que atingiu a região no início deste ano. A violência das águas entortou o gradil, provocaram rachaduras no piso e danificaram a estrutura em metal que prende a cabeceira da ponte. A circulação frequente de motocicletas que atravessa a ponte dividindo espaço com os pedestres torna a situação ainda mais crítica. Quem passa diariamente pelo local percebe o risco, uma vez que a estrutura da ponte chega a balançar por conta do tráfego pesado na Estrada União e Indústria.
Indagado sobre o problema, o secretário municipal de Obras, Stênio Nery, admitiu conhecer a existência do risco para os moradores e disse que mantêm contato diário com a Secretaria de Estado, cobrando providências. Nery frisou ainda que caso as obras não sejam iniciadas a ponte poderá ser fechada, por conta do risco à vida de pessoas que precisam passar diariamente pelo local. “Chegamos a interditar aquela ponte, mas os moradores retiraram as placas e voltaram a usar o acesso. É uma situação que nos preocupa, e a passagem das motos compromete mais a situação. Estamos pensando em criar um mecanismo para impedir a passagem delas, mas se colocarmos algum tipo de obstáculo impediremos também a passagem de mães com carrinho de bebê e de cadeirantes. Temos cobrado muito uma ação do estado sobre esta ponte, pois o risco existe, mas as pessoas não podem deixar de usar aquele acesso. Diariamente estou em contato com o secretário Afonso Moneratti cobrando esta obra. Da última vez, nos informaram que a empresa Engeprat, que vai executar o serviço, já foi contratada, mas ainda estariam faltando uns trâmites burocráticos. Se o estado não iniciar as obras, teremos que fechar a ponte. Quando chegar o período de chuvas, aquela ponte não pode estar na situação em que se encontra hoje”, afirma Stênio Nery.
O risco aos moradores também preocupa o vereador Silmar Fortes, que já encaminhou denúncia ao Ministério Público do Estado. “A estrutura daquela ponte está comprometida desde fevereiro, após uma chuva. Apresentamos indicação, reivindicamos que ela seja reformada. Em maio, eu protocolei um ofício, denunciando a situação à Primeira Promotoria de Tutela Coletiva-Núcleo Petrópolis e informando sobre o risco de morte para os moradores. Temos um laudo da Defesa Civil que determina a interdição imediata até que a estrutura seja reformada. Estamos há meses solicitando as providências em todas as instâncias possíveis. Esta situação nos preocupa muito, pois a ponte é o único acesso que aquelas pessoas têm. As pessoas correm risco de morrer, porque a estrutura está danificada, a ponte pode cair a qualquer momento”, alerta Silmar Fortes.
“A gente fica com muito medo de passar por aqui, mas não tem jeito. Do contrário, temos que ir até a praça de Correas pra pegar ônibus, ou esperar o daqui da Estrada Mineira. Essa ponte facilita muito a nossa vida, temos muito mais opções de ônibus na Estrada União e Indústria. Ficamos muito preocupados também, porque muitas crianças precisam passar por aqui pra ir pra escola”, acrescentou a dona de casa Maria Santana, que mora na Estrada Mineira.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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