segunda-feira, agosto 08, 2011

Em 6 meses, acidentes Na BR.-040 mataram 12 e feriram 130 pessoas

Maioria dos casos envolveu automóveis, mas acidentes com veículos de carga provocaram grandes prejuízos. / Alexandre Carius
Mais de 500 acidentes foram registrados na Rodovia BR-040, nos primeiros seis meses de 2011. O dado faz parte de estatística divulgada pela Polícia Rodoviária Federal. Nela, constam ainda o número de mortos e feridos e o ponto da estrada com o maior índice de ocorrências. Como já era esperado, a pista de descida da serra é a responsável pelo maior número de casos.
Ao todo, as duas pistas da serra contabilizaram 516 acidentes, sendo 257 na subida e 259 na descida, que deixaram o saldo de doze mortos e 130 feridos, 19 delas em estado grave. A maioria dos casos envolveu automóveis, com 283 ocorrências, mas outros 119 se referem a caminhões e carretas. Entre os veículos de carga também se destacam 36 caminhonetes. Com 103 ocorrências cada, os meses de março e maio foram os que contabilizaram o maior número de colisões, capotamentos, tombamentos, atropelamentos e saídas de pista.
Segundo os dados da PRF, em janeiro foram registrados 75 acidentes, e em fevereiro esse número passou para 81. Em março, foram 103 ocorrências, enquanto em abril houve uma redução e apenas 77 situações foram contabilizadas. Já no mês seguinte, a incidência voltou a crescer e, mais uma vez, chegou à marca de 103 casos. Em junho, entretanto, foram 85.
A maioria dos acidentes foi registrada na pista de descida da serra, principalmente entre os Km 90 e 100, cujo trecho é apontado com frequência por representantes da Associação Brasileira dos Caminhoneiros como o mais perigoso da estrada, porque confunde os motoristas que ainda não conhecem a rodovia, já que passa a falsa impressão de que a descida já terminou.
Nesses quilômetros de rodovia, foram contabilizados 117 casos entre janeiro e junho. Quatro deles, entre os meses de março e abril, causaram a morte de quatro pessoas. Vale lembrar que entre os meses de janeiro e novembro de 2010 esse mesmo trecho da rodovia contabilizou 88 acidentes.
Entretanto, sozinho, o Km-84 da pista sentido Rio de Janeiro contabiliza 24 ocorrências. Em segundo lugar aparece o Km-92, com 22 casos, seguido pelo Km-94, com 21 acidentes. Já no sentido inverso, ou seja, na pista de subida da serra, o primeiro do ranking é o Km-85, que entre os meses de janeiro e junho somou 20 situações do tipo. Logo atrás está o Km-92, com 19 casos, enquanto os Km 82, 87 e 96 aparecem empatados, com 16 acidentes cada. 
Para o caminhoneiro Jorge Lisboa, representante da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, a falta de sinalização e má conservação da estrada também contribuem para a ocorrência de acidentes. “Entendo que alguns motoristas abusam, mas já vi acidentes com pessoas responsáveis. Na minha opinião, falta manutenção e sinalização, principalmente na descida da serra”, disse, salientando que o número de ocorrências no trecho entre os Km-90 e 99 servem apenas para provar o que ele já vem alertando à Concer, concessionária que administra a rodovia: “Esse trecho é traiçoeiro pois faz com que o motorista acredite que terminou de descer a serra e, de repente, é surpreendido por nova declive. Acaba perdendo o controle da direção e o tombamento é inevitável”.
Por outro lado, para a Polícia Rodoviária Federal são três os fatores responsáveis pela maioria dos acidentes: falta de descanso, excesso de velocidade e falta de manutenção dos veículos. No caso dos veículos de carga, como caminhões e carretas, muitos motoristas preferem dormir pouco e acelerar para garantir a entrega da carga dentro do prazo. Além disso, com essa agilidade conseguem um maior número de cargas e os acidentes são as consequências da pressa.

 

Três mortes em apenas um fim de semana
O primeiro semestre de 2011 registrou 12 mortes nas pistas de subida e descida da serra.  As mortes começaram logo no início do ano, quando, em apenas um fim de semana, entre os dias 7 e 9 de janeiro foram contabilizadas três vítimas fatais. Um dos acidentes aconteceu altura do Km-81, na Capela. A vítima, o ciclista Alexandre Maria de Rezende, de 29 anos, foi atropelado por um carro não identificado. Ele chegou a ser socorrido com vida para o hospital mas faleceu já na altura do Km-78 da pista de descida da Rodovia BR-040. A vítima se trata de Paulo Roberto Ferreira, de 43 anos, o qual viajava sozinho num Fiat Uno Mille, que bateu na mureta de proteção e capotou em seguida.  O tombamento de uma carreta na altura do Km-97 da pista de descida da rodovia também causou a morte de mais um motorista.
Em fevereiro, foram três mortes. No dia 6, um homem que pilotava uma moto bateu em um objeto fixo da rodovia e faleceu ainda no local, no Km 73 sentido Juiz de Fora - Rio. A vítima foi Mauro Fazollo da Paz, de 38 anos. Já no dia 19, o jovem Ramon Octávio, de 21 anos, que viajava no banco do carona de um Ford Focus, branco, morreu quando o veículo que viajava bateu num paredão de pedra nas margens da estrada, na altura do Km-69, também na pista de subida. O mês foi fechado com o atropelamento de um homem, no dia 25 de fevereiro, no Km-78.
No dia 10 de março, um motorista morreu carbonizado depois que a carreta em que viajava tombou na altura do Km-95 e pegou fogo. Na ocasião, se formou um congestionamento de mais de quatro quilômetros e, devido à falta de sinalização, na altura do Km-91, um caminhão de cimento que descia a serra em alta velocidade furou o engarrafamento batendo em onze carros e outros dois caminhões, que esmagaram um Fiat Palio matando o motorista. Mais de 22 pessoas ficaram feridas. Em 18 de março, um carro que subia a serra por volta das 23h saiu da pista e capotou. O motorista morreu na hora.
De acordo com a estatística da Polícia Rodoviária Federal, no mês de abril foram apenas duas mortes. Ambos se tratam de atropelamentos que ocorreram na altura do Km-98 da pista sentido Rio de Janeiro. No primeiro, ocorrido na madrugada do dia 2, um homem foi atingido por um ônibus, enquanto no seguinte, registrado em 18 de abril, um carro atropelou um jovem. Fonte:Tribuna de Petropolis

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