terça-feira, fevereiro 15, 2011

Um mês depois, é hora de reconstruir o Vale

Um mês após a enxurrada que destruiu a região do Vale do Cuiabá (Itaipava) e Brejal (Posse) e provocou a morte de pelo menos 72 pessoas, sendo 13 delas ainda sem identificação, não é possível precisar, por exemplo, o número de desaparecidos na cidade. Dados divulgados pela Prefeitura apontam 31 desaparecidos, ao passo que o cadastro feito pelo Ministério Público Estadual registra 56. Na região do Vale do Cuiabá – área mais atingida pela chuva no dia 12 de janeiro – caminhões e tratores se movimentam intensamente. O trabalho das máquinas é acompanhado atentamente por equipes do Corpo de Bombeiros, ainda na busca por corpos.
“Estamos vasculhando as áreas mais improváveis, pois o último corpo foi encontrado na semana passada há mais de 12,5 quilômetros do local onde a pessoa desapareceu. Algumas vítimas foram encontradas em meio aos materiais que estão sendo removidos pelas máquinas. Tivemos o caso de uma mulher que estava embaixo de uma bobina. Estamos vasculhando toda a área às margens do rio, pela terceira vez. As buscas completaram 30 dias e vamos continuar, até que todos os meios sejam esgotados”, afirmou o comandante do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Petrópolis, coronel Souza Vianna.
Na estrada Ministro Salgado Filho, agora já liberada, a movimentação de caminhões e tratores é grande. O momento é de reconstrução na região atingida. Em fazendas e grandes propriedades no Vale do Cuiabá, cercas começam a ser colocadas no lugar de muros que foram destruídos pela força das águas daquela madrugada. Ao longo de toda a estrada, apenas uma mercearia voltou a funcionar, ainda com movimento fraco.
As mudanças na região fizeram com que os responsáveis mudassem a estratégia de abastecimento. “Muitos moradores foram embora. Em contrapartida muita gente de fora veio trabalhar aqui. O perfil de nossos clientes mudou. Como os moradores estão abastecidos com as cestas básicas, a procura por alimentos acabou, agora vendemos mais cerveja, cigarros, coisas para consumo imediato às pessoas que estão de passagem ou que trabalham aqui. O movimento ainda é bem menor do que tínhamos antes, mas os trabalhos estão indo bem. Temos a expectativa nesse momento de reconstrução. Acredito que daqui a algum tempo tudo voltará ao normal”, disse a proprietária da mercearia, Suelen Alamão.
Apesar do anúncio de disponibilização de linhas de crédito para dezenas de empresas da cidade, empresários afirmam que ainda não tiveram acesso aos recursos que deverão ser empregados na recuperação das atividades.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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