sábado, janeiro 22, 2011

Cuiabá pode virar área de preservação

Após a tragédia que assolou a localidade Vale do Cuiabá, em Itaipava, por conta das chuvas que atingiram a Região Serrana na semana passada, a Prefeitura de Petrópolis estuda a possibilidade de transformar parte da localidade atingida em uma Área de Preservação Permanente (APP), evitando assim que outras mortes aconteçam naquela região, que foi a mais atingida na cidade. Na manhã de ontem, representantes da Prefeitura e do governo do estado, acompanhados por técnicos, sobrevoaram o Vale do Cuiabá para uma nova avaliação. “A geografia daquela região mudou totalmente depois dessa tragédia. O curso do rio mudou. Hoje, representantes do Inea, da Emop, do DNIT e das secretarias de Obras do estado e do município, acompanhados por geólogos, sobrevoaram aquela região fazendo uma nova avaliação. Uma equipe multidisciplinar foi montada. Este é um trabalho bem criterioso. Estudos e avaliações técnicas estão sendo feitos agora. Com base nesse material, vamos elaborar um relatório e tomar as medidas necessárias. A idéia é de que uma parte da rua seja fechada, para que seja possível a recomposição natural da área, que poderá ser transformada em uma APP”, afirma o presidente do Comitê de Ações Emergenciais, Luís Eduardo Peixoto.
Peixoto explica que algumas casas destruídas já começaram a ser demolidas pela prefeitura e diz que muitas delas não poderão ser reconstruídas naquela região. “Todo esse trabalho está sendo coordenado pelo prefeito Paulo Mustrangi, com o respaldo de técnicos e tem o objetivo de preservar vidas. A avaliação técnica da área atingida está sendo feita de forma bastante criteriosa. Este é um trabalho integrado, que tem o apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Procuradores da República e promotores do estado sobrevoaram a área verificando qual a situação daquela região”, conta.
Utilizado como refúgio por pessoas de alto padrão, e conhecido por abrigar sítios e mansões, o Vale do Cuiabá foi totalmente devastado pela força das águas que desceram pelo Rio Santo Antônio na madrugada do dia 12. Uma semana após a tragédia, quem passa pela Estrada Ministro Salgado Filho encontra um cenário de guerra. No local até então tranquilo, tratores, escavadeiras, caminhões e outros equipamentos pesados circulam ininterruptamente, trabalhando na limpeza e liberação da via. Equipes de resgate continuam as buscas a possíveis vítimas. Em Petrópolis, pelo menos 64 corpos já foram localizados, a maior parte deles na região do Vale do Cuiabá, onde casas foram arrastadas e vítimas morreram dentro de suas casas, afogadas na parte baixa e soterradas na parte alta da estrada. Cerca de 25 pessoas ainda estão desaparecidas na cidade.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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