quarta-feira, dezembro 08, 2010

Aumento da passagem gera protestos

No primeiro dia útil após o aumento da tarifa da passagem dos ônibus em mais de 13%, para R$ 2,50, a medida continua desagradando aos usuários do transporte público do município. As constantes quebras e atrasos nos horários das linhas dos veículos são as principais queixas da população. No Vale das Videiras, dois coletivos quebraram durante a manhã de ontem. A linha 602 – Bairro x Terminal Corrêas – perdeu o freio enquanto descia a ladeira, próximo à localidade do Malta, e poderia ter causado um grave acidente. O motorista foi obrigado a jogar o automóvel em uma vala para conseguir para-lo. Apesar do ônibus estar lotado, ninguém se feriu.
A moradora do Vale das Videiras, Margarete Trindade, contou que os veículos que trafegam pela região apresentam problemas na mecânica há mais de seis meses. “O ônibus que cobre a linha 605 – Vale das Videiras x Terminal Itaipava parou no meio do caminho por volta das 7h20 porque o carro ferveu. Logo em seguida aconteceu esse outro problema”, contou. Segundo a doméstica, se o coletivo estivesse a uma velocidade maior não teria conseguido estacionar a tempo de evitar um acidente. “Estamos sempre com o coração na mão dentro desses ônibus velhos que já deveriam ter saído de circulação. Minha filha de 18 anos estava indo estudar e minha irmã trabalhar, poderia ter perdido as duas por causa do descaso do governo municipal com o povo daqui”, acrescentou Margarete.
Em função das constantes quebras dos veículos, agravadas no último mês, aliado ao aumento da passagem dos coletivos, a população já organiza uma manifestação.
Não apenas nesta localidade há reclamações dos petropolitanos que utilizam diariamente o transporte coletivo. Em Araras não houve o horário das 7h50 do veículo que faz a linha 610 – Bairro x Terminal Corrêas. Também faltou o executivo das 8h15 que cobre a linha 601 – Araras X Centro. A situação atrapalhou quem ia trabalhar Atrasos foram registrados também no Independência, o que causou irritação aos usuários. “Cortaram o ônibus que fazia o horário das 8h30, se perdermos o ônibus que passa às 8h10, só 30 minutos depois terá outro. Se não bastasse isso, hoje (ontem) ainda faltou o coletivo que cobre a linha 409 – Cacilda Becker x Centro das 8h40. É muito desrespeito com os cidadãos”, falou a estudante Marcella Silva.
Para costureira Maria Nazaré, em vista do caos que atravessa o sistema de transporte público de Petrópolis, o aumento da passagem de ônibus foi abusivo. “Sou autônoma, vou gastar R$ 0,60 a mais por dia para sair e voltar para casa, mas o meu lucro não foi reajustado na mesma proporção. Sem contar que a distância da grande maioria dos bairros para o Centro é muito curta para justificar os R$ 2,50. No Rio de Janeiro trafegamos longos percursos e pagamos no máximo R$ 2,40. Junto a tudo isso ainda tem os ônibus quebrados, que deixam os passageiros a pé por toda a cidade”, afirmou a moradora do Dr. Thouzet.


Vereador quer abertura de CPIM hoje

O líder do PV na Câmara Municipal, vereador Thiago Damaceno, confirmou que vai apresentar hoje a proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Municipal (CPIM) para investigar as medidas tomadas pela Governo Municipal com relação ao transporte público da cidade. “Ao ver o Diário Oficial do Município do dia primeiro de dezembro, onde apresenta a planilha de cálculo tarifário, tive a certeza de que precisamos investigar como tudo está acontecendo, pois há itens que precisam ser esclarecidos pela Prefeitura, não bastando apenas publicar no Diário Oficial”.
O líder do governo, vereador Wagner Silva (PPS), voltou a se manifestar contra o aumento, reforçando o coro dos insatisfeitos com as medidas tomadas pelo prefeito Paulo Mustrangi ao aumentar a passagem para R$ 2,50. O vereador lembrou que a inflação acumulada para 2010 é de 5,40%. “Agora, uma pessoa que vá trabalhar durante o mês de dezembro, onde muitos terão horários estendidos, inclusive aos domingos, gastará só com passagem R$ 72,50, o que corresponde a aproximadamente 16% do salário mínimo”, afirmou o líder do governo, que aguarda o resultado da ação movida por ele na Justiça, pedindo a suspensão do aumento.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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