sexta-feira, agosto 06, 2010

Desníveis na Rio-Petrópolis põem usuários em risco

Motoristas reclamam de remendos malfeitos no piso de concreto; concessionária promete construir nova pista


Subir a BR-040 (Rio-Juiz de Fora) em direção a Petrópolis requer atenção redobrada dos motoristas, por causa das ondulações na pista. O problema é causado por remendos feitos com asfalto em buracos e rachaduras do piso, que é de concreto e por onde trafegam 20 mil veículos por dia. O trecho mais crítico tem cerca de 15 quilômetros. Já no Km 102, o desnível maior é provocado por uma obra de recapeamento inacabada.

As ondulações viraram sinônimo de risco de acidentes, principalmente nas curvas mais acentuadas. O empresário Marcelo Begerron foi uma das vítimas: presidente do Motoclube de Petrópolis, ele ficou mais de três meses sem pilotar depois de sofrer um acidente com sua moto na estrada.

“As placas de concreto estão sempre com problemas” Marcelo criticou os serviços da concessionária da rodovia, a Concer, que cobra pedágio de R$ 7,50 para veículos de passeio e R$ 3,70 para motos.

mdash; A moto deslizou quando passei na faixa branca divisória da pista. Como o piso é muito antigo, as placas de concreto estão sempre com problemas e os remendos são malfeitos.

Além disso, esse trecho da estrada não tem o serviço SOS para socorro urgente. O resgate é feito por uma pequena picape, onde só cabe uma pessoa além do motorista da concessionária mdash; reclamou.

Segundo datas gravadas na pista, o concreto é de 1995.

Já o aeronauta Carlos Estrella, que mora em Petrópolis e trabalha na Barra da Tijuca, disse que o risco de acidentes é ainda maior quando chove: mdash; O piso da pista de subida é horrível. Os remendos são malfeitos e provocam trepidação no carro. A situação é mais grave nas curvas e nos trechos que ficam constantemente molhados, por causa de problemas na rede de drenagem.

De acordo com estatísticas da Polícia Rodoviária Federal, em julho passado, ocorreram 192 acidentes (média de seis por dia) na estrada, no trecho até a divisa com Minas Gerais.

Ficaram feridas 71 pessoas e seis morreram. Em julho do ano passado, foram 203 acidentes, com 49 feridos e dois mortos.

O presidente da Câmara de Petrópolis, vereador Bernardo Rossi, diz que há na Justiça uma ação para que a Concer, entre outras medidas, cumpra o item do contrato que prevê um novo acesso à cidade.

— É um absurdo o estado da rodovia. Já fizemos uma audiência pública, já fomos à Concer e à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Até agora, foram somente promessas, nada concreto — criticou o vereador, que também reclamou do valor do pedágio.

A Concer informou que quer antecipar para 2011 o início das obras da nova pista de subida até Petrópolis, que estava previsto para 2013, com duração de quatro anos. Segundo a concessionária, a autorização já foi dada pela ANTT e, no momento, o projeto está sendo elaborado.

A nova pista, orçada em mais de R$ 500 milhões, contará com acostamentos e deverá melhorar os acessos às comunidades às margens da rodovia.

Sobre os desníveis na estrada, a concessionária diz que, em 2009, recuperou mais de 200 placas de concreto no trecho e que, este ano, já refez 57. Para a próxima semana, está programada a recuperação do pavimento no Km 88, no sentido Rio. A concessionária diz que usa asfalto porque a recuperação das placas de concreto — cada uma equivale à largura de meia pista — acarretaria em interdição, mesmo que parcial. A empresa diz ainda que faz revisão periódica no sistema de drenagem e que casos de socorro mecânico ou médico são transferidos imediatamente para o Centro de Controle Operacional.

Já a ANTT não se pronunciou sobre o assunto.

Moradores que vivem ao longo da estrada também reclamam: as queixas vão da falta de pontos de ônibus à ausência de espaços exclusivos para pedestres e ciclistas.

Fonte: O Globo

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