quinta-feira, julho 01, 2010

Em seis meses, mais queimadas que em 2009

Os meses de julho, agosto e setembro são considerados períodos de estiagem, e as queimadas em vegetação acontecem com mais frequência. O Corpo de Bombeiros de Petrópolis já está em alerta e revela estatísticas preocupantes. Só nos primeiros meses de ano, entre janeiro e junho, o número de ocorrências já ultrapassou as registradas em todo o ano passado. Em seis meses, foram contabilizadas 140 queimadas em todo o município, número bem superior que o registrado em 2009 – 106 ocorrências.
Para o relações públicas do Corpo de Bombeiros, capitão Ramalho, é preciso intensificar o trabalho de conscientização da população, já que em 80% dos casos o incêndio na mata é provocado pelo homem. “As pessoas estão precisando de mais orientação. É preciso realizar palestras e conscientizá-las. Quando vamos a uma localidade, combater um grande incêndio, procuramos orientar as pessoas, explicar os danos que são causados à natureza e os riscos aos próprios moradores”, disse. Só neste mês de junho, já foram registradas 30 ocorrências, dez a mais do que no mesmo período de 2009. De acordo com os números divulgados pelo Corpo de Bombeiros, em todos os meses deste ano os registros de queimadas foram superiores a 2009. Em fevereiro, por exemplo, foram 45 casos. “Tivemos anos bem complicados em relação a incêndios em vegetação. Apesar de 2010 já ter superado o ano passado, em 2007 tivemos 397 queimadas. Só no mês de outubro foram 133. Esperamos que esse fato não se repita e os números em 2010 sejam menores”, comentou.
Ricardo Ganen, chefe da Reserva Biológica Rebio Araras, também apresenta números impressionantes. Em 2007, a reserva perdeu 500 hectares de floresta preservada. Ele explica que as queimadas acontecem em ciclos de quatro e cinco anos. “Tivemos grandes incêndios em 98 e 2002. Depois, em 2007, perdemos uma grande área”, disse. A Reserva Biológica abrange uma área de 3.833 hectares entre Petrópolis – Araras, Fazenda Inglesa, Roccio e Vale das Videiras – e Miguel Pereira. As regiões do Caxambu, Itaipava e na Avenida Barão do Rio Branco são os locais mais afetados pelas queimadas. Neste ano, dois grandes incêndios foram registrados na Rua Flávio Cavalcanti, no Caxambu, e na Barão, na encosta atrás do Sesi. De acordo com o capitão Ramalho, esta queimada foi criminosa e destruiu uma área equivalente a quatro campos de futebol.
A limpeza de terrenos, a queima de lixo e os balões são os causadores das queimadas. “As pessoas têm a prática de realizar limpezas nas suas propriedades e acabam perdendo o controle. Elas tentam apagar o fogo e demoram para acionar os bombeiros, e isso acaba agravando a situação”, comentou o capitão Ramalho. Ele explica que é importante a população trabalhar junto com o Corpo de Bombeiros e denunciar as práticas ilegais como a fabricação de balões. A Polícia Militar e a Polícia Civil também recebem denúncia sobre baloeiros.
“Quando ele sobe é até bonito, mas depois que cai pode fazer um estrago”, disse. Soltar ou fabricar balões é crime federal, com pena de até três anos de prisão. Na semana passada, um grande incêndio na cidade do Rio de Janeiro chamou a atenção para esta prática e a Polícia Militar até aumentou o valor da recompensa, cerca de R$ 2 mil para quem denunciar os baloeiros.
Em Petrópolis não há gratificação, mas o capitão Ramalho ressalta a importância das denúncias. “Denunciando, a população pode evitar grandes desastres, não só na vegetação, quando se perde áreas de mata preservada, mas também prejuízos materiais e até em último caso de vidas”, disse. O número de emergência do Corpo de Bombeiros é o 193 e da Polícia Militar é o 190.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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