quarta-feira, julho 14, 2010

Capivaras são vítimas de maus-tratos e caçadas a tiros em Itaipava e Corrêas

A população das capivaras cresce a cada dia na cidade. Longe dos predadores, elas podem ser vistas em vários pontos do município e até em algumas fazendas e sítios das regiões do Bonfim, Corrêas e Itaipava. Mesmo não havendo dados sobre o aumento do número dos animais, o secretário de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Peixoto, garante que a população dos roedores vem crescendo. “Pretendemos catalogar esse animais e ter um controle melhor sobre o quantitativo, mas é possível avistá-los em muitos lugares fato que há alguns anos não ocorria”, comentou o secretário. O grande número de capivaras virou até atração turística. Segundo Peixoto, ônibus de turismo param às margens do rio para os turistas fotografarem os animais.
Com o aumento do número dos roedores, cresce também outro triste fato: os maus tratos. Elas são vítimas de tiro ao alvo e até de envenenamentos. Peixoto confirma as denúncias e pede a ajuda da população para denunciar os maus tratos. Ele contou que na última quinta-feira, em Corrêas, uma capivara adulta foi vítima desta “brincadeira” sem graça. Uma pessoa não identificada disparou vários tiros de uma espingarda de chumbinho em uma capivara que estava no leito do Rio Piabanha, próximo à praça. Tentando fugir das balas, ela acabou se enroscando na tela de proteção do rio. Homens do Grupamento de Proteção Ambiental e fiscais da Secretaria do Meio Ambiente foram chamados. “Ela ficou assustada com os tiros e acabou ficando presa. Ela foi levada para um veterinário, examinada e depois a devolvemos ao leito do rio. Infelizmente, não conseguimos capturar a pessoa que estava atirando”, contou.
Mesmo a população de capivaras sendo grande e não estando ameaçada de extinção, é proibido caçar ou matar o animal e o infrator está sujeito às sanções previstas na lei ambiental. De acordo com o veterinário Antônio Geraldo de Barros, as capivaras são animais calmos e receptíveis, mas não gostam de ser tocados. “É fácil se aproximar, mas se tentarmos segurá-la o seu nível de stresse, de adrenalina, sobe de uma forma assustadora, o que pode causar a morte”, disse. O veterinário também tem percebido o aumento da população dos roedores. “Tenho um sítio na região do Bonfim e já encontramos algumas. A tendência é de que cresça o número de capivaras na cidade. Elas se adaptaram perfeitamente. Os nossos rios são poluídos e mesmo assim elas sobrevivem”, comentou.
Além dos maus-tratos, outro fato também preocupa os fiscais da Secretaria de Meio Ambiente: o tráfego das capivaras por vias públicas. Para evitar acidentes, foram instaladas placas de sinalização ao longo da Avenida Barão do Rio Branco. Ao todo, são quatro placas indicando a existência dos roedores. “Nesta região, há um número maior de animais, mas pretendemos sinalizar também outros pontos da cidade”, comentou o secretário. A capivara é parente próxima dos ratos, preás e coelhos, e é o maior roedor do mundo, seus dentes podem chegar a sete centímetros. São animais herbívoros e vivem cerca de 15 anos. Uma fêmea costuma gerar, em cada gestação, de dois a oito filhotes. Um animal adulto pesa em média 80 quilos e mede cerca de 1,2 metro. A criação de capivaras em cativeiro, para carne e couro, é fácil e a autorização é dada pela Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, e registro de criador para fins científicos e comerciais. Para alguns, a carne de capivaras é saborosa, magra, de bom valor nutricional e de baixo custo de produção. A carne tem textura semelhante a do porco e valor protéico similar ao da carne de coelho. Já o couro é usado para canos de botas e calçados, sendo comercializado clandestinamente na Amazônia e em Mato Grosso, apesar de ser proibido por lei. É permitido o comércio de peles de capivaras criadas em cativeiro, desde que acompanhado pelo IBDF.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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