terça-feira, maio 25, 2010

Pulseiras do sexo já têm substitutas


Depois de uma febre entre adolescentes, as pulseiras coloridas chamadas de “pulseiras do sexo” praticamente desapareceram das prateleiras de armarinhos e bancas de camelôs. Uma das causas é o decreto lei número 6.750, publicado no Diário Oficial do Município do último dia 5 de maio, proibindo o uso e comercialização do acessório que vinha sendo usado por meninos e meninas. O que muitos não sabem, mas que os pais devem ficar atentos, é que os jovens já encontraram uma forma de burlar a lei.
Pelo menos em Petrópolis, as antigas pulseirinhas lisas foram substituídas por outras, de modelo diferente, em forma de espiral. A finalidade, entretanto, seria a mesma: uma brincadeira sexual, atrelada a cada cor da pulseira de quem a estiver usando, principalmente meninas. Cada uma das cores representa um tipo de carícia, mesmo entre aqueles que não têm proximidade.
Os significados também continuam os mesmos. A amarela, por exemplo, sugeria um abraço, enquanto a preta significava fazer sexo com o rapaz que arrebentasse a pulseira. Havia ainda a laranja, que pedia uma dentadinha de amor, já a vermelha determinava que a menina fizesse uma Lap Dance, que é um tipo particular de dança erótica. Existem ainda as pulseiras roxas, azuis, verdes, rosa e dourada. Esta última era a mais audaciosa, pois era uma sugestão da junção de todas as outras coisas. A revelação da substituição das antigas pulseiras foi feita por um vendedor ambulante que é contra a proibição.
Ele acredita que o uso das pulseiras não tem o poder de influenciar na personalidade dos jovens. “Todo ano surge uma febre. Pode ser por uma caneta, por um lenço. Porém, da mesma forma que chegam, elas desaparecem. No caso das pulseirinhas, acredito que tudo depende da orientação passada pelos pais e não da simples proibição”, disse, acrescentando que “a partir da proibição, os adolescentes logo encontraram uma forma de substituir as pulseirinhas de silicone por outras de modelos diferentes. Agora, as vendas também estão fracas. Ou seja, a moda chegou, foi embora e quase ninguém percebeu”, garantiu.
As opiniões se dividem e, enquanto alguns comerciantes reclamam do prejuízo ocorrido no início de maio, a maioria concorda com a providência tomada pelo prefeito. Entre elas, a comerciante Alba Oliveira Silva, de 48 anos. Ela revela que a venda das pulseiras de silicone já havia caído antes mesmo da proibição. “Na época, o preço teve que acompanhar a queda na demanda e passou de R$ 1 para R$ 0,50. Na realidade eram vendidas 3 por R$ 1”, lembra a comerciante, completando: “Na minha opinião, a proibição foi uma providência acertada do prefeito. A brincadeira estava colocando as meninas em situações arriscadas”.
De acordo com Alba, com o passar da febre, que teve início em dezembro do ano passado, a procura estava sendo feita por crianças cada vez mais jovens. “Inclusive de 10 e 11 anos, que sequer sabiam direito do que se tratava”, revela. A opinião de Alba, entretanto, não é unânime. O vendedor Carlos José, de 24 anos, critica a proibição e reclama que além das pessoas terem parado de comprar, ao ver expostas as pulseiras policiais condenam a comercialização. Nas bancas de camelôs, a situação é a mesma, mas ambulantes afirmam que tão logo ocorreu a publicação da lei os acessórios do tipo foram retirados. “Assim que começamos a ouvir comentários e a intensa divulgação da mídia, paramos de comprar. É melhor do que ficar sem a mercadoria”. A lei 6.750 é clara e diz que “é vedada a comercialização de pulseiras coloridas com apologia sexual, denominadas “pulseiras do sexo” nos estabelecimentos comerciais bem como no comércio informal, no âmbito do município”. E também proíbe o uso de tais acessórios nas instituições da rede de ensino municipal e, inclusive, na particular. No mesmo documento, determinou que o corpo docente das instituições estimulasse reuniões com os pais dos alunos, para esclarecer e orientar com relação às situações envolvendo questões sexuais.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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