sexta-feira, maio 28, 2010

BR-040: sete mortos em 398 acidentes nos primeiros quatro meses do ano


É preocupante o número de acidentes no trecho da Rodovia BR-040 que passa pela cidade. Segundo balanço da Concer – concessionária que administra a rodovia, apenas entre os meses de janeiro e abril, foram 398 ocorrências entre os Km-100 e 45, abrangendo toda a área de Petrópolis, limite com Areal e parte de Duque de Caxias. Entretanto, de acordo com levantamentos da Tribuna, até o último dia 25 de maio, 23 casos de maior gravidade já haviam sido registrados. Nestes, sete pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas.
De acordo com o arquivo da Tribuna, a maioria dos acidentes é referente a tombamentos de carretas, principalmente na pista de descida da serra, trecho em que foram contabilizados 15 casos. Entre eles, o caminhão placa GTR-6562, que transportava carga com blocos de motor e bateu, no dia 17 de fevereiro, na entrada do Túnel do Papagaio, depois que o motorista perdeu o controle da direção e se chocou com a parede de concreto. O motorista ficou gravemente ferido e, na época, teve que ser submetido a uma série de cirurgias.
Os acidentes de maior gravidade, no entanto, envolveram carros e motos. Além daquele que causou a morte do motociclista Pedro Aurélio, no dia 6 de fevereiro, que pilotava uma CB 400, as outras vítimas fatais, que viajavam num Voyage, com destino ao Rio de Janeiro, foram o engenheiro químico Richard Carl Johannes Schlosser, de 76 anos, e a cunhada Maria de Lourdes Boller, 73, no dia sete. Estes ocorreram nos Km- 56, em Itaipava, e no Km-74, altura da Fazenda Inglesa.
No dia 17 do mesmo mês, as vítimas foram o faxineiro José Cláudio da Silva Ferreira, de 20 anos, e o irmão dele, Heraldo Ferreira Granja, de 16 anos, que caíram da moto em que viajavam e acabaram sendo atropelados por vários veículos que passavam pela pista sentido Rio da rodovia, na altura do Km-64 da estrada, nas proximidades de Itaipava. Edison Felipe Dias Machado, de 25 anos, é outro que morreu em circunstâncias parecidas, na noite do dia 24 de abril. Ele pilotava uma moto e tentava acessar a rodovia, saindo da Comunidade do Vila Rica, e acabou atingido por uma carreta que seguia em direção ao Rio de Janeiro.
A série de acidentes teve início logo nos primeiros dias do ano, quando a Polícia Rodoviária Federal contabilizou onze pessoas feridas em 26 acidentes no retorno do réveillon. Logo no dia 19 de janeiro, uma carreta carregada com 27 toneladas de silício de aço, que seriam entregues no Rio de Janeiro, tombou na altura do Km-94. O motorista sofreu apenas pequenas escoriações, mas quem passou pelo local se assustou com o que sobrou da cabine do veículo, que ficou completamente destruída.
Fevereiro foi o mês com maior índice de acidentes, nove casos. março, foram apenas dois acidentes graves, e o primeiro aconteceu logo no dia 6, quando um caminhão carregado de cervejas tombou no Km-96 e interditou parcialmente a rodovia. No dia 31 de março, um caminhoneiro que transportava uma carga de miúdos bovinos, avaliada em R$ 40 mil, ficou ferido. O acidente envolveu um caminhão-baú, na pista de descida da serra, e o motorista ficou preso às ferragens.
No dia 9 de abril, um caminhão Mercedes Benz que transportava uma carga de farelo de trigo tombou em uma curva perigosa, na altura do Km-96 da pista sentido Juiz de Fora, e na manhã do dia 15 de abril carretas de grande porte tombaram nos Km- 78 e Km-94, na descida da serra. Cinco dias depois, na altura do Km-93 da pista de subida, foi a vez de um um caminhão que transportava mercadorias da empresa Casas Bahia.
Um dos acidentes que mais chamou a atenção dos petropolitanos aconteceu no último fim de semana. As vítimas foram a escrevente judicial Deise de Amaral Tavares, de 30 anos, que morreu no local, e o marido, o técnico em informática Elton Jones Tavares de Andrade, de 34 anos, que ficou gravemente ferido. O casal numa moto CBR 1000 e voltava para casa, em Três Rios, quando tudo aconteceu.
A série de acidentes, entretanto, não para por aí, e, na manhã de terça-feira, um caminhão que perdeu os freios na pista de descida da rodovia bateu em outros sete veículos, inclusive no carro da Polícia Rodoviária Federal, na altura do Km-93.
Segundo a Concer, entretanto, em toda a rodovia, o tipo de acidente mais comum é a colisão traseira de pequena proporção ou impacto. Já na serra, a ocorrência mais frequente é a saída de pista com colisão em objeto fixo, normalmente causada por excesso de velocidade. O limite de velocidade varia de acordo com o trecho da rodovia. Na Baixada, por exemplo, o limite é de 110km/h para veículos de passeio e 90 para ônibus e caminhões. Na serra, entretanto, a velocidade de segurança é de 70km/h.
Questionada, através de nota a concessionária destacou que “sempre que o usuário desrespeita o limite de velocidade, ele se coloca em uma situação de risco, independentemente do ponto da rodovia por onde ele esteja passando”. Acrescenta ainda que a BR-040 é dotada de sinalização vertical e horizontal que obedece às normas vigentes de trânsito, e painéis espalhados pela rodovia também orientam quanto aos limites de velocidade, ao uso de cinto de segurança e contra o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas, entre várias outras mensagens. “No trecho da serra, tanto nas pistas de subida quanto de descida, recomenda-se prudência redobrada também em razão das condições de visibilidade, eventualmente prejudicadas pela neblina”, conclui a nota.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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