sábado, maio 01, 2010

Bombeiros alertam para risco de queimadas

A proximidade da época de estiagem, que começa em maio, é motivo de preocupação para o Corpo de Bombeiros porque os incêndios florestais se tornam comuns nesse período, que se estende até setembro. O risco de grandes queimadas provocou o comando do 15ºGBM a fazer um alerta e pedir o apoio da população, com o objetivo de evitar que os índices alcancem grandes marcas, como aconteceu em 2007, quando foram contabilizados 397 registros de fogo em vegetação, o maior dos últimos nove anos.
Para o coronel Souza Vianna, comandante do 15ºGBM, pequenos cuidados podem evitar grandes tragédias. “Em Petrópolis, os casos provocados por balões são raros, mas a maioria dos incêndios é causada pela ação do homem, por negligência, imprudência e até criminoso”, revela o coronel, acrescentando que a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 1998) estabelece que a pena para quem provocar incêndios em matas ou florestas é de dois a quatro anos de prisão.
O comandante da corporação lembra que a população não pode se omitir e deve denunciar pois, no futuro, pode ser prejudicada de alguma forma, como com a falta d’água provocada pelos danos nas tubulações que ficam nos morros, no meio do mato. “Além disso, em Petrópolis, podemos olhar para qualquer lado e veremos a vegetação. Ao contrário do patrimônio histórico, o patrimônio verde se renova, mas se não tivermos cuidado ele irá acabar”.
Por conta das chuvas frequentes, os níveis de queimadas deste ano ainda estão baixos, mas Souza Vianna conta que nos últimos dez anos as maiores estiagens aconteceram nos anos de 2004 e 2007, ou seja, de três em três anos. “Se estivermos certos, 2010 entrará para esta estatística. De qualquer forma, estamos preparados, mas nossa expectativa é de que não aconteça”, completou.
Em 2007, apenas no mês de setembro, aconteceram 133 incêndios florestais, mas naquele ano os índices começaram a crescer logo no início do período de seca. Março já havia registrado 20 casos. “Em junho, foram 26, e no mês seguinte foram 45. Já em agosto, 76 queimadas aconteceram, mas o ponto alto foi mesmo em setembro, seguido por agosto, com 80 casos”, enumera, lembrando que nos anos de 2008 e 2009 as estatísticas foram bem menores, com 73 e 106 ocorrências do tipo.
De acordo com a estatística do Corpo de Bombeiros, entre 2000 e 2009, o período mais crítico fica por conta do mês de agosto. Somando estes últimos nove anos, o estudo mostra que foram 264 chamados para combate de incêndios florestais. Já o mês de junho contabiliza 212 casos. “A demanda em Petrópolis é grande e é prejudicada por conta das condições de relevo. Em muitas situações, os acessos só podem ser feitos por helicópteros”, diz, explicando: “Se colocarmos um homem na mata, ele pode levar quase quatro horas para chegar ao local. Vale lembrar que, nessa caminhada, o soldado vai estar carregando o seu equipamento, que pesa 25 quilos”.
Conforme o coronel, embora seja frio, o clima da cidade também contribui para a ocorrência de queimadas, assim como a estiagem prolongada e o ‘veranico’, que é o calor inesperado em meses de junho e julho, por exemplo. Ele lembra que em 2007, alguns incêndios levaram duas semanas para ser totalmente debelados e que inúmeras vezes não conseguiu o helicóptero, o qual já estava empenhado no socorro de afogamento nas praias. “As aeronaves são destinadas para salvamentos marítimos e aeromédicos”, salienta.
O 15ºGBM é responsável pela cobertura de sete municípios do interior do estado, o que representa um total de 230 homens. Além de Petrópolis, que ainda tem um quartel em Itaipava, os atendimentos são feitos ainda em Sapucaia, Levy Gasparian, São José do Vale do Rio Preto, Areal, Paraíba do Sil e Três Rios. Apenas este último conta com um destacamento. Embora pareça pequeno, Souza Vianna garante que o efetivo é suficiente para atender todas as regiões, mesmo com a ocorrência de grandes incêndios florestais. “Nestes casos, podemos receber o reforço de dois Grupamentos de Socorro Florestal, situados em Magé e na Tijuca, o que dobra a nossa capacidade de pessoal”, garante.
O Disque-Queimadas funciona na Secretaria de Meio Ambiente e as denúncias podem ser feitas pelo telefone 2246-8963.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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