Motorista bêbado causa morte em Itaipava

Um empresário de 63 anos foi preso e autuado pelo crime de homicídio doloso, depois de atropelar e matar um trabalhador de 36 anos, no início da madrugada de ontem, em Itaipava. A vítima, Décio de Carvalho Fonte, pilotava uma moto e estava voltando para casa, em Pedro do Rio, quando o acidente aconteceu. De acordo com a Polícia, o exame do bafômetro comprovou que ele estava embriagado.
O acidente teria sido testemunhado por um juiz petropolitano, que estava acompanhado da esposa, uma promotora de Justiça. De acordo com a Polícia, o empresário é proprietário de um bar, em Itaipava. Ele estava na direção de um Citröen trafegando em direção ao centro da cidade, mas, ao entrar numa curva, na altura do número 11.300, invadiu a contramão e não teria desfeito a manobra.
Décio morava em Pedro do Rio e estava voltando para casa, pilotando a moto de placa KZJ-0341, quando foi atingido. Com o impacto, seu corpo teria sido jogado sobre o carro e depois caiu na pista. Testemunhas do acidente teriam entrado em desespero e rapidamente pediram socorro ao Corpo de Bombeiros, que em poucos minutos chegou ao local, mas a vítima não resistiu e faleceu antes da chegada do socorro.
De acordo com policiais, atônito, o empresário sequer saiu do carro e permaneceu no local até a chegada da Polícia. Teria se negado a sair do veículo e recusou o atendimento dos médicos-bombeiros até que foi levado para o plantão da 106ªDP (Itaipava). De lá, foi encaminhado para o Instituto Médico Legal, em Corrêas, para fazer o exame etílico. Antes, o empresário passou pelo bafômetro, o qual constatou a ingestão acentuada de álcool.
Na delegacia de Itaipava, o caso foi registrado pelo inspetor Carlos Ramos, orientado pelo delegado Clay Biagio Catão. Segundo ele, este é o primeiro caso de autuação por homicídio doloso num caso de acidente ocorrido no município desde que a lei para quem dirige embriagado ficou mais severa. “O empresário vai permanecer preso e sem direito a fiança”. O policial explica que quem dirige embriagado pode não ter a intenção de matar, mas está assumindo o risco pela tragédia. “Por isso o delegado o autuou pelo homicídio doloso”. O caso pode ir a júri popular e, dependendo do entendimento do juiz que ficará à frente do processo, pode seguir como homicídio doloso simples, cuja pena é de 6 a 20 anos, ou passar para homicídio doloso qualificado, que pode render de 12 a 30 anos de reclusão.
No local, ontem de manhã, por volta das 11h, ainda era possível encontrar os vestígios do acidente. Além da faixa de isolamento da Polícia, pedaços da moto, estilhaços da lanterna, estavam espalhados pelo local. Moradores das imediações contam apenas que ouviram o barulho do impacto mas não quiseram falar sobre o acidente. O corpo de Décio de Carvalho teve que ser removido pelo rabecão do Corpo de Bombeiros, para o Instituto Médico Legal, onde passou por necropsia. O sepultamento aconteceria na tarde de ontem, no Cemitério de Itaipava.
Fonte: Tribuna de Petrópolis