quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Projeto lembra Jacob do Bandolim


Shows com duo Alcantilado e convidados vão de amanhã a domingo

João Pimentel

O violonista Fábio Nin e o bandolinista Paulo Sá são dois expoentes da melhor música brasileira contemporânea. O primeiro é integrante do grupo Tira Poeira; o segundo, um estudioso da música barroca e aluno de Afonso Machado e Joel Nascimento. Eles se conheceram quando integraram a inventiva Orquestra de Cordas Brasileiras, nos anos 1990.
Em comum, a paixão por Jacob do Bandolim. Por isso, ao decidirem formar o duo Alcantilado, uma homenagem ao mestre do bandolim era inevitável.

Na série de shows “Naquela mesa em tempos modernos”, que eles fazem de amanhã a domingo, às 19h, no Centro Cultural Correios, sempre com um convidado especial, eles destrincham a obra do autor de “Noites cariocas”, “Doce de coco” e “Vibrações”.

— Este projeto tem dupla função. Tanto é uma lembrança dos 40 anos da morte de Jacob como o lançamento do duo no Rio, já que passamos por São Paulo, Belo Horizonte, Búzios e Petrópolis. Na primeira parte dos shows, mostramos nosso repertório, que naturalmente tem músicas de Jacob, mas também tem César Camargo Mariano, Egberto Gismonti, Ary Barroso — conta Nin. — A segunda, com os convidados, é dedicada apenas à sua obra.
A intenção do duo, que no nome da série homenageia também o filho de Jacob, Sergio Bittencourt, autor de “Naquela mesa”, é mostrar o quanto a obra do músico é atual. Por isso, os convidados de cada dia tocam instrumentos que não integram o tradicional regional do choro e do samba, normalmente formado por um solo como flauta, bandolim ou clarinete, um cavaquinho e dois violões, além da percussão.

— Temos a perspectiva de ver, 40 anos depois, a obra de Jacob, que é supercarioca, atual. Seus choros e choros sambados têm a cara do Rio.

Resolvemos agregar instrumentos não convencionais para ressaltar a atualidade desse repertório. Mas todos são músicos que conhecem a sua obra. Não tem nenhum estrangeiro, nem o Nicolas — brinca Nin, referindo-se ao violinista francês Nicolas Krassik, que mora há uma década no Brasil e é o convidado do último dia.

O Alcantilado, que ganhou esse nome por causa de uma cachoeira em Visconde de Mauá, tem a companhia do percussionista Beto Cazes e recebe, amanhã, o trompetista Silvério Pontes. Na sexta, é a vez do gaitista Gabriel Grossi, um dos mais inventivos músicos da nova geração. No sábado, Vitor Gonçalves leva seu piano para o choro. Krassik fecha a série no domingo.
Fonte: O Globo

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