domingo, janeiro 10, 2010

Teresópolis-Itaipava, estrada à beira do abismo

Pistas esburacadas, sinalização precária e frequentes quedas de barreiras atormentam usuários da rodovia

Buracos na pista, mato alto que encobre uma sinalização já precária e o risco de deslizamento de encostas representam perigo para motoristas que trafegam pela Estrada Philúvio Cerqueira (BR-495), que liga os municípios de Petrópolis e Teresópolis.

As condições da rodovia são criticadas por moradores e usuários, que ficam ainda mais preocupados com a chegada das chuvas de verão.

Em 2008, a BR-495 chegou a ser interditada devido a um temporal que causou mais de 40 pontos de deslizamentos.

Quase dois anos após os transtornos, os riscos de barreiras ainda ameaçam quem passa diariamente pela rodovia. Na altura do Km 29,5, uma placa alerta os motoristas para o perigo de deslizamentos. Rachaduras nos barrancos dão sinais de que a terra e as árvores, já com raízes à mostra, podem descer e invadir a pista. Nas imediações do Km 28,5, a mureta de menos de um metro de altura feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), em 2008, para proteger a pista, em alguns pontos foi coberta pela terra que desceu da encosta. No mesmo local, pedras grandes ameaçam rolar a qualquer momento.

— Quando chove, ficamos com medo de sair de casa e ter o carro atingido por uma barreira.

Fico muito nervosa, pois vejo que, em muitos pontos da estrada, o barranco e as pedras estão prestes a descer. No dia 22 do mês passado, barreiras caíram e fecharam a estrada.

Tivemos que passar por dentro de um condomínio para chegar em casa — contou Simone Souza Leite, que mora no bairro Madame Machado, no distrito de Itaipava.

Em alguns pontos, o barro tirado da pista durante as chuvas de dezembro ainda está amontoado às margens da rodovia.

— Esta estrada está horrível, mas não temos alternativa.

Na última chuva, ficamos sem ônibus porque a rodovia foi interditada por causa da queda de barreiras — lembra Dulcinéia Alves, que mora na região há mais de 20 anos.

Após temporal de 2008, Dnit anunciou série de obras Ontem de manhã, funcionários do Dnit trabalhavam na limpeza da rodovia, retirando o barro acumulado às margens das pistas.

Após o temporal que causou a interdição da BR-495, em fevereiro de 2008, Luiz Antônio Pagot, diretor do Dnit, vistoriou a rodovia e disse que a recuperação seria realizada em três etapas: as obras emergenciais; as de conservação (orçadas em R$ 20 milhões, investidos em 2008) e as de adequação e contenção de maciços, que devem ser realizadas até 2010, com investimentos de R$ 120 milhões.

Usuários e moradores afirmam, porém, que as intervenções feitas até o momento não solucionaram o problema.

— Além dos riscos de deslizamentos de terra e pedras, sempre que chove a lama desce das encostas e faz os carros derraparem na pista. Ela entope os bueiros e, com o escoamento de água prejudicado, as casas ficam alagadas — relata Marco Aurélio Holderbaum, proprietário de uma granja na região, que contabiliza prejuízos sempre que chove forte.
Fonte: O Globo

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