sábado, janeiro 09, 2010

Petrópolis-Teresópolis: condições precárias e risco para motoristas

Buracos na pista, mato alto que encobre uma sinalização já precária e o risco de deslizamento de encostas representam perigo para motoristas que trafegam pela Estrada Philúvio Cerqueira (BR-495), que liga os municípios de Petrópolis e Teresópolis. As condições da rodovia são criticadas por moradores e usuários da estrada, que ficam ainda mais preocupados com a chegada das chuvas de verão. Em 2008, a BR-495 chegou a ser interditada por conta de um temporal que causou mais de 40 pontos de deslizamentos. Quase dois anos após a tragédia que atingiu a estrada, os riscos de barreiras ainda ameaçam quem passa diariamente pela rodovia.
Na altura do Km-29,5, uma placa de sinalização alerta os motoristas para o risco de deslizamentos. Rachaduras nos barrancos dão sinais de que a terra e árvores, já com raízes à mostra, podem descer e invadir a pista. Na altura do Km-28,5, a mureta de proteção, que tem menos de um metro de altura, feita pelo DNIT, em 2008, para proteger a pista, em alguns pontos foi coberta pela terra que desceu da encosta. No mesmo local, pedras grandes ameaçam rolar a qualquer momento.
“Quando chove ficamos com medo de sair de casa e ter o carro atingido por uma barreira. Fico muito nervosa, pois vejo que em muitos pontos da estrada o barranco e as pedras estão prestes a descer. No dia 22 do mês passado, barreiras caíram e fecharam a estrada. Tivemos que passar por dentro de um condomínio para chegar em casa”, contou Simone Souza Leite, que mora no bairro Madame Machado, no distrito de Itaipava. Em alguns pontos, o barro retirado da pista nas barreiras de dezembro ainda está amontoado às margens da rodovia.
“Esta estrada está horrível, mas não temos alternativa. Na última chuva, ficamos sem ônibus porque a estrada foi interditada por causa de barreiras”, lembra Dulcinéia Alves, que mora na região há mais de 20 anos. Ontem de manhã, funcionários do DNIT trabalhavam na limpeza da rodovia, retirando o barro acumulado às margens das pistas nas chuvas de dezembro.
Após o temporal que causou a interdição da BR-495, em fevereiro de 2008, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antônio Pagot, vistoriou a rodovia e disse que a recuperação seria realizada em três etapas: obras emergenciais, obras de conservação (orçadas em R$ 20 milhões, investidos em 2008) e adequações e contenção de maciços, que devem ser realizadas até 2010, com investimentos de cerca de R$ 120 milhões.
Usuários da estrada e moradores afirmam, no entanto, que as intervenções feitas até o momento não solucionaram o problema. “Além do risco de deslizamentos e pedras, sempre que chove, uma lama desce das encostas e faz os carros derraparem na via. Ela entope os bueiros e com o escoamento de água prejudicado, os imóveis ficam alagados”, relata Marco Aurélio Holderbaum, que é proprietário de uma granja na região e contabiliza prejuízos sempre que chove forte.
No mês passado, mais uma vez a granja foi alagada durante um temporal. Marco Aurélio conta que há quase dois anos moradores pedem providências para reduzir os riscos na rodovia. “Já entramos em contato com o DNIT várias vezes para pedir uma solução. Eles mandam técnicos aqui, conversam com a gente, mas até agora nada foi resolvido. Ficamos com medo, pois hoje vemos em outros lugares que encostas cobertas de mata estão descendo. Imagina então nessa estrada que tem árvores penduradas e muitas pedras e barrancos. Eles precisam cuidar melhor disso aqui. No Km-28,5, fizeram um muro com sacos e cobriram com cimento, mas isso não resolveu nada, porque a terra passa por cima dele”, afirma.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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