quinta-feira, novembro 05, 2009

Quatro carretas tombadas


Carretas tombadas nas pistas de subida e descida da serra provocaram por quatro vezes o fechamento da rodovia Washington Luiz, em menos de 24 horas. O mais grave ocorreu na altura do Km-94 da pista sentido Rio de Janeiro e deixou o motorista Edinaldo Anunciação e duas passageiras gravemente feridos. Ele está internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios, enquanto as mulheres permanecem no Santa Teresa, em Petrópolis.
O acidente aconteceu por volta das 23h45 de terça-feira. A Scania branca, placa KZV-5648 passava pelo Km-94 quando o motorista perdeu o controle da direção ao sair de uma curva. O caminhão transportava um conteiner com móveis e as suspeitas são de que a carga escorregou, o que fez com que o veículo tombasse. Ele ainda se arrastou por aproximadamente 10 metros e parou antes de atingir um barranco.
Um quilômetro antes, um caminhão da mesma marca saiu da pista e bateu numa árvore, no início da manhã de ontem. O veículo estava carregado com materiais diversos como roupas de cama e material de higiene. Ontem de manhã, o motorista não estava no local, mas, segundo moradores da região, as circunstâncias foram as mesmas. Ficou desgovernado depois de sair de uma curva e em seguida passou sobre a mureta de proteção e bateu de frente numa árvore, no lado esquerdo da pista.
Ainda na terça-feira, um outro tombamento já havia sido registrado. Neste, o motorista João Cássia teve apenas ferimentos leves. Ontem pela manhã, o veículo já havia sido retirado mas as marcas no asfalto, assim como no canteiro nas margens da estrada, ainda eram visíveis. O caminhão transportava cabeçotes de motores. Representantes dos proprietários da carga estiveram no local e revelaram que a carga tinha seguro, mas foi totalmente perdida. “Estava avaliada em R$ 45 mil e tivemos uma perda de 100%”, contou.
O ponto mais prejudicado da rodovia foi o da pista de subida, onde uma outra Scania tombou na noite de terça-feira, no Km- 96, mas ninguém se feriu. O motorista Gilson Geraldo, de 29 anos, disse que dirige há 10 anos e nunca viveu situação parecida. “Estava em velocidade compatível e, quando entrei numa curva, o caminhão não segurou. A carga tombou para um lado e puxou a carreta. Não deu para impedir”, conta.
O veículo tombou sobre a mureta de proteção, fazendo com que a carroceria baú se abrisse, mas não houve saque da carga. “A PRF chegou rapidamente”, disse, salientando que havia carregado no Rio de Janeiro e estava seguindo para Belo Horizonte quando o acidente aconteceu. “Agora, estou esperando apenas o destombamento para poder voltar para casa”, disse.
A carreta, a Scania branca, placa GPZ-9867, ocupou quase a metade da pista, o que deixou o trânsito lento.
A série de acidentes mais uma vez indignou representantes da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, porque a entidade já fez inúmeros alertas às autoridades mostrando os perigos da rodovia, principalmente na pista de descida. Segundo o caminhoneiro Jorge Lisboa, diretor da associação, uma das principais causas de acidentes é a falta de sinalização, como placas avisando aos motoristas a quantidade de quilômetros em declive, por exemplo.
Ele explica que a estrada é traiçoeira, pois em muitos pontos faz o motorista acreditar que já acabou de descer toda a serra e, de repente, é pego de surpresa por um declive ainda mais intenso. Segundo ele, o trecho é o responsável por, aproximadamente, 80% dos acidentes ocorridos nos 180 quilômetros da rodovia administrada pela Concer.
No início da madrugada, havia a previsão de mais um fechamento da rodovia, para a passagem de um comboio de carretas com dimensões especiais, pela pista de descida. O início da operação estava previsto para as 23h45 e, durante ao trabalho, o tráfego ficaria fechado aos demais usuários entre os km 104 ao 89, do 89 ao 82 e do 82 ao 80.
A previsão era a de que a operação entrasse pela madrugada de quinta e a expectativa era de que não durasse mais que duas horas.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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