terça-feira, agosto 11, 2009

Tempo frio de Petrópolis ajuda na propagação da gripe A

O aumento de casos de gripe A está preocupando os moradores de Petrópolis. São mais de 100 casos suspeitos em todo o município, além de três óbitos que não foram confirmados pela Secretaria de Saúde se tinham alguma relação com a gripe.

A pneumonia é a principal causa da morte dos infectados. O tempo frio é um propagador da doença, elevando o número de pessoas gripadas e resfriadas, podendo contrair o vírus H1N1. Segundo o infectologista Paulo César Guimarães, professor da Fase e membro da divisão de infectologia da Sociedade Brasileira de Pedriatria, nesta época do ano é comum aumentar o número de casos de doenças respiratórias, mas com a gripe A as estatísticas são superiores às dos outros anos. 'Com o tempo mais frio, as pessoas ficam mais em ambientes fechados e isso propaga ainda mais as chances de transmissão do vírus. O importante é ficar sempre em lugares arejados e manter uma boa higiene', disse o médico.

A pneumonia é uma inflamação nos pulmões e pode ser causada por vários microorganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas ou fungos, sendo que a metade dos casos da doença é causada por bactérias e, destas, a pneumococo é a mais frequente. 'O clima frio de Petrópolis é um propagador da doença. Sempre há maior número de casos de gripe em regiões onde o frio é mais intenso', comentou o infectologista. Nas cidades da Região Sul, por exemplo, os casos aumentam a cada dia. 'É importante ressaltar que as pessoas devem procurar ficar longe de aglomerações. A forma de contágio desse vírus é maior do que uma gripe comum e lugares fechados e com muita gente são meios de contrair a doença', informou Paulo César.

As secretarias de Saúde dos municípios disponibilizaram números para que as pessoas possam tirar dúvidas sobre a Gripe A. Em Petrópolis, o telefone da Coordenação de Epidemiologia, 2246-6796, é o indicado para orientar a população.

Além dos telefones disponíveis para informações e da divulgação nos meios de comunicação, a principal medida para conter o avanço da gripe foi o adiamento das aulas em vários estados. Segundo Paulo César, esta medida é essencial. 'Em colégios que têm o número reduzido de alunos é mais fácil controlar, com aulas em lugares mais arejados, mas em escolas onde o número de estudantes é elevado fica difícil evitar a aglomeração. Esta medida é extremamente correta', disse o infectologista.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 40% da população brasileira será contaminada pelo vírus H1N1, e nas próximas duas semanas haverá um aumento no número dos casos. Paulo César confirmou este dado, e para ele só haverá diminuição da doença quando o tempo esquentar.

Como o 'pico' da doença deve acontecer em duas semanas, segundo o MS, o médico acredita que haverá mais um adiamento do início das aulas. 'Acredito que a Sociedade Brasileira de Pediatria deva se manifestar em relação a isso, assim como o Ministério da Saúde. Deve haver um aumento do número de casos, e evitar a aglomeração de pessoas é o principal', informou Paulo César. Para o médico, o que é recomendado pelo Ministério da Saúde é que as aulas só comecem em outubro, quando o número de casos de gripe diminui. 'Sabemos que existe um calendário escolar que precisa ser respeitado e isso não seria possível, por isso os órgãos responsáveis deverão se pronunciar sobre o assunto e resolver a questão da volta às aulas', concluiu Paulo César.
Fonte: Tribuna de Petrópolis

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